Tudo começou no final de 2011 quando minha prima percebeu, em um dia na piscina, que eu tinha uma lado mais “acinturado” que o outro. fiz aquele teste de encostar as mãos nos pés e pudemos perceber as curvaturas. Meus pais ficaram com aquele peso na consciência acompanhado da famosa frase: como não vimos isso antes? O importante nesse momento é não ficar com culpa de nadica de nada; mas sim ter em mente que tudo tem solução, é só manter a calma.
Já em Fevereiro de 2012 fui ao médico em Chapecó, cidade vizinha a minha, Xanxerê, que fica no oeste de Santa Catarina. A indicação dele foi que eu fizesse apenas fisioterapia – RPG e fosse controlando através de raio-x.
OBS: naquele ponto eu estava com 20 graus na torácica e 25 graus na lombar.
Porém, meus pais acharam melhor ouvir mais opiniões, então fomos à São Paulo.
A proposta do primeiro médico foi como um balde de água fria: usar o colete Milwaukee. Nossos olhos encheram de lágrimas, mas ainda tínhamos uma terceira opinião para consultar que trouxe uma forma de tratamento mais, na medida do possível, suave: o colete de Boston. Ficou decidido que eu seguiria esta última.
Meu colete foi confeccionado pela AACD. Lembro-me muito bem do dia em que fui até lá, com meu tio, para fazer o pedido. Foi um choque, percebi que o meu problema, se é que posso chamar de problema, é um grão de arroz perto do que outras crianças passavam e passam. Foi ai que eu agradeci à Deus e encarei a escoliose como algo normal na minha vida, fazendo do colete o meu melhor amigo.
Tenho que admitir, no início foi bem complicado, fui a cada dia usando o colete um pouquinho mais, até que depois de 20 dias, só tirava mesmo para tomar banho.
Meu pai, depois de ler o livro “a menina da coluna torta” descobriu a fisioterapeuta Patricia Italo Mentges, fundadora do Instituto Escoliose . Portanto, em paralelo ao uso do colete, comecei a fazer exercícios fisioterapêuticos específicos para escoliose, do método italiano, SEAS.
OBS: Hoje, tanto o colete de Boston como o Milwaukee estão ultrapassados, por isso que sempre digo, um bom colete é FUNDAMENTAL em um tratamento e principalmente em fase de crescimento. A Dra. Patricia trouxe para o Brasil uma tecnologia e know how incríveis com relação à fabricação de coletes 3D e a junção dele com os exercícios específicos do método SEAS e Schroth. Recomendo de olhos fechados os coletes confeccionados pelo Instituto.
Passados três anos, decidimos mudar de médico e procuramos o doutor Luiz Eduardo Munhoz da Rocha de Curitiba. Com ele fiz meus terceiro e quarto coletes. Sim, é necessário trocar pois com o crescimento, as medidas do corpo mudam e o colete começa machucar. ao logo de 8 anos usei 10 coletes.
Infelizmente, minha escoliose começou a piorar, e em 2014 atingiu os 40 graus na torácica e quase 50 na lombar. Meus pais ficaram super preocupados e com medo de que fosse preciso fazer o procedimento cirúrgico. Por isso, fomos atrás de um tratamento alternativo na Califórnia, EUA, em julho do mesmo ano.
Fiquei durante um ano e meio fazendo um tratamento (extremamente exaustivo). De 4 em 4 meses fazíamos o retorno e nesse meio tempo continuava o tratamento em casa, com o auxílio dos meus pais e fazendo Skype para controlar e tirar as dúvidas. Como toda experiência na nossa vida, esse tratamento me trouxe consequências positivas e negativas. Comecei a ficar com alguns efeitos colaterais, tanto físicos como emocionais. Além disso os exercícios me ocupavam muito tempo (em torno de 3 horas/dia) e a distância e o custo eram elevados.
Até que tomei a decisão de parar no final de 2015. Tudo isso serviu como experiência e amadurecimento tanto para mim quanto para minha família. As vezes tomamos certas decisões sem pensar mesmo, mas tudo é experiência e nesse caso, serviu para que aprendêssemos a realmente entender o que é um tratamento baseado em evidências científicas e que entendem o paciente como um todo, que é o caso do tratamento que realizo com o Instituto Escoliose.
Foi assim que voltei a fazer o tratamento no Instituto Escoliose no Rio de Janeiro, com a Dra. Patrícia, que me recebeu de braços abertos com muito carinho e profissionalismo. Lá também fiz meus últimos dois coletes. Hoje, com 25 anos, não uso mais colete porém permaneço fazendo meus exercícios específicos de escoliose com um tratamento que segue o método SEAS e o método Schroth e, para mim, tem sido o MELHOR caminho que poderia ter seguido.
Sabe o que foi fundamental? Minha família foi e é essencial em toda essa trajetória, em especial minha mãe e meu pai. Eles me apoiaram, entenderam e deram força desde o princípio. Além disso, muita fé, força de vontade, dedicação e pensamento positivo foram e são peças chaves. Se eu tive crises de tristeza e vontade de desistir? Ah se tive, inúúúmeras, mas que serviram pra eu crescer, amadurecer como nunca.
Vou compartilhar por aqui dicas sobre minha rotina de atividades físicas e exercícios, sobre roupas para usar com o colete, como lidar com ele de uma forma mais leve e feliz! Espero do fundo do coração ajudar no que eu puder ❤
Sinta-se à vontade para entrar em contato comigo!
Você não esta sozinho ❤
Com amor,
Tetê